Nós somos os outros!
quarta-feira, 14 de novembro de 2018
quinta-feira, 11 de janeiro de 2018
Saudades...
Nem
sempre tenho disposição para ouvir ou falar com as pessoas com quem cruzo mas onde
trabalho tenho de o fazer diariamente. Por vezes são sorrisos forçados e
saudações obrigatórias que me obrigam a ser simpática para com todos aqueles com
quem cruzo. Há aquelas que faço um esforço mas há outras que é um prazer. E há
ainda aquelas que tenho saudade por já não saudar ou sorrir diariamente.
A
D. A é uma delas e sentir que não a vejo nem a saúdo diariamente deixa o meu
coração apertadinho. Não era da minha família mas entendemo-nos na perfeição
para pensar que poderia ser um familiar afastado.
Tenho
saudades dela. Tenho saudades do riso dela. Tenho muitas saudades da sua boa disposição.
Tenho saudades das suas constantes piadas inesperadas. Tenho saudade dela e
pronto. Ninguém me tira isso… também ninguém me abranda esse sentimento… e também
ninguém a substitui …. só tenho receio porque vão aparecer muitas A’s e esta sensação
nunca abrandará….
Até
um dia minha querida… até sempre menina A….
Conhece-me Antes de me Odiares!
Recentemente, no programa da tarde NÓS da RTP 1, falaram do tema "Ser Estudante na Faculdade sendo Mulher Portuguesa de Etnia Cigana".
Para tal ,fizeram uma reportagem e entrevistaram ao vivo duas estudantes ciganas do ensino superior do OPRE (programa que apoia Jovens Ciganos no Acesso ao Ensino Superior.
Quando tudo indicava que ia ser uma oportunidade de desmistificar clichés acerca das comunidades ciganas e promover a educação junto de outras comunidades ciganas, infelizmente, e apesar da excelente performance das duas mulheres ciganas convidadas, os apresentadores do programa insistiram em tentar mentalizar e passar a ideia que os ciganos são os culpados pela sua situação,segundo eles, os ciganos ainda adotam tradições seculares que "castram" a liberdade das mulheres...
Só o título de apresentação "Mulheres Ciganas fogem á tradição Cigana" é de morrer!
A tradição cigana não proíbe estudar, a escola é que nunca foi uma prioridade porque nunca foi necessária para ganhar o pão de cada dia na venda ambulante. As mulheres do Programa OPRE não são "fugitivas", elas são mulheres ciganas com pleno orgulho de o serem e que optaram por estudar porque acreditam num futuro mais estável que a venda ambulante já não permite assegurar...
As duas intervenientes ciganas tentaram mostrar que as comunidades ciganas são muito heterogéneas e que os processos de inclusão e socialização estavam em diferentes estádios, contrariando ideias pré-concebidas que estão cristalizadas há séculos na sociedade maioritária por falta de conhecimento.
A Sónia Prudêncio disse que não há casamentos forçados, que havia um ou dois num milhão, mostrou que o processo de emancipação das mulheres ciganas está a ser igual ao que foi feito há 3 décadas atrás pelas mulheres da sociedade maioritária. Os argumentos em nada demoveu os apresentadores que apesar de terem dito que gostavam e tinham amigos ciganos , quiseram mostrar á opinião pública que a "Culpa é dos Ciganos".
Perdeu-se uma excelente oportunidade de quebrar ciclos de generalizações diárias e de séculos contra os ciganos...
Por último, dizer ao apresentador, que eu também conheço muitos ciganos, mas não os conheço todos de forma a generalizar toda uma comunidade!
segunda-feira, 8 de janeiro de 2018
O filme da minha vida
Um dos filmes que
mais me marcou na vida é o filme "A Família Bélier". É dos filmes
mais tocantes que já vi. Um filme magnifico, maravilhoso, encantador. Recomendo
vivamente a todos a vê-lo.
Na família Bélier, Paula, a filha de dezasseis
anos, é a intérprete indispensável para muitas das tarefas diárias de seus pais
e irmãos, todos eles são surdos, menos ela (que fala por telefone, lida com o
banco ou facilita-lhes a compreensão no consultório médico), sobre tudo
relacionado à manutenção da granja. Paula é como se fosse a tradutora da sua família.
Um dia, um professor de música descobre seu dom pelo canto e anima Paula para
que participe num prestigioso concurso musical em Paris, o que lhe daria acesso
seguro a uma boa carreira e aos estudos universitários. No entanto, esta
decisão significa deixar para atrás sua família, desnorteada e inquieta pela
iniciativa e para quem o conceito da música resulta alheio, Paula começa a dar
seus primeiros passos como adulta, ainda que enfrente a incompreensão dos pais,
as dúvidas sobre a sua vocação musical, o abandono das responsabilidades com a
família e a incerteza sobre a crescente atracção por um rapaz de sua idade.
Enquanto isso, seu pai, Rodolphe Bélier, insatisfeito com as acções do prefeito
da cidade, decide concorrer às eleições, apesar de sua deficiência.
Uma comédia dramática com realização de
Eric Lartigau ("Como Casar e Ficar Solteiro", "Em Busca de Uma
Nova Vida", "Descaradamente Infiéis"), segundo uma ideia
original de Victoria Bedos. Visto por mais de sete milhões de espectadores em
França, o filme teve seis nomeações para os Césares e deu a Louane Emera, a
jovem que interpreta a personagem principal, o prémio de Actriz Revelação.
Podem ver o trailler aqui: https://www.youtube.com/watch?v=KuGtmX8B6EE
Quero ser teu amigo
Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida.
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças.
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias…
(Fernando Pessoa)
Bocage. O poeta do improviso
E porque me lembrei, partilho esta pequena história:
Nicola. O café dos improvisos de Bocage
Nicola. O café dos improvisos de Bocage
Conhecido por ser um
espaço frequentado pelo poeta Bocage, o Café Nicola “sobreviveu” a uma guerra
civil, à queda da monarquia, ao Estado Novo e a várias crises financeiras.
Lisboa,
1787. A capital portuguesa recupera aos poucos e poucos a vida que tinha antes
do terramoto que a assolou 32 anos antes. Vários investidores vêm em Lisboa uma
oportunidade de negócio - Nicola Breteiro foi um deles.
Este
italiano decide abrir o Botequim do Nicola no sítio a que hoje chamam Praça D.
Pedro IV, no Rossio, em Lisboa. A inauguração do espaço não passou despercebida
a ninguém, tendo mesmo a “Gazeta de Lisboa” (jornal fundado em 1715 e extinto
em 1820) feito referência à abertura do estabelecimento – a comercialização de
cafés e refrescos tornou-se um sucesso e rapidamente este botequim lisboeta deu
nas vistas.
A
academia dos reprimidos… e de Bocage. Na altura da inauguração deste espaço já
se viviam tempos politicamente conturbados em Portugal. O Intendente-Geral da
Polícia do tempo da Rainha D. Maria I, Diogo Inácio de Pina Manique, era
responsável pela repressão das ideias oriundas da Revolução Francesa
(1789-1799) e pelo controlo de vários grupos, como os jacobinos e os maçons. De
acordo com alguns registos mais antigos e as histórias que foram passando de
boca em boca, estes organizavam reuniões no Nicola, com o objetivo de minar os
pilares do Antigo Regime e aliciar novos elementos.
Para
além destes, o botequim albergava também escritores, pintores, intelectuais e
políticos da altura – a essa clientela se deve a atribuição da alcunha
‘Academia’ a este espaço. Um dos clientes mais conhecidos e assíduos era Manuel
Maria Barbosa du Bocage. O poeta passou largas horas neste café a declamar
alguns dos seus poemas e a participar em tertúlias literárias. Diz-se, aliás,
que depois de ter falecido, o seu grupo de amigos continuou a frequentar o
Nicola e a organizar tertúlias, mantendo assim o seu espírito vivo.
Terá
sido no Nicola que o poeta amaldiçoou o padre absolutista, escritor e polemista
truculento José Agostinho de Macedo e ditou a um amigo ‘Pena de Talião’, uma
sátira ao seu inimigo.
O próprio
café acabou por constar na obra de Bocage: reza a história que, após uma tarde
de pândega neste espaço, um polícia lhe perguntou quem era, de onde vinha e
para onde ia, ao que o poeta respondeu em verso:
“Eu
sou Bocage
Venho
do Nicola
Vou
p’ro outro mundo
Se
disparas a pistola”.
De
café a ourivesaria, passando por livraria. Devido às fortes pressões políticas
que se faziam sentir na altura e aos confrontos entre as autoridades e a
clientela, o Nicola é obrigado a fechar portas em 1834, no final da guerra
civil entre absolutistas e liberais.
O
espaço prosseguiu como livraria e chegou mesmo, no início do século XX, a
transformar-se numa ourivesaria. O local acaba por ser adquirido por Joaquim
Fonseca Albuquerque, antigo sócio do Café Chave d’Ouro, em 1929. O novo dono
decide manter o conceito e o nome original, retirando apenas a palavra
‘botequim’ e substituindo-a por ‘café’. Albuquerque quis manter o espírito que
se tinha perdido com o encerramento do estabelecimento e homenagear Bocage com
uma estátua criada pelo escultor Marcelino de Almeida e quadros do pintor
Fernando Santos.
A
presença do poeta naquele café ficou eternizada na escultura, na poesia… Mas
também no próprio café: a família Albuquerque decidiu criar o seu próprio lote
de café, proveniente do Brasil e São Tomé e Príncipe, comercializando-o com o
nome Nicola. Este é sempre associado à figura do poeta, daí que o símbolo da
embalagem de café tenha sido, durante vários anos, um desenho de Bocage. Esta
ligação entre o lote de café e o estabelecimento quebrou-se há 10 anos – “O
café precisava deste espaço para o marketing, nós precisamos dele para viver”,
explicou ao i Rui Oliveira, gerente desta casa há precisamente uma década.
Um
espaço de campanhas. Os tempos foram passando e o Café Nicola manteve-se um
local de referência. “Muitas personalidades passaram por este espaço.
Principalmente políticos – é um local de referência durante as campanhas”, diz
Rui Oliveira, sem querer adiantar nomes. Apesar da conotação política por vezes
atribuída ao café no passado, o atual gerente do espaço afirma que tal não se
verifica nos nossos dias – “é um café frequentado por membros de todos os
partidos políticos, todos passam aqui”. Para além das personalidades políticas,
o Café Nicola também recebeu várias pessoas do meio artístico. “Estiveram aqui
vários artistas nacionais e estrangeiros, a maioria atores brasileiros”.
E,
seguindo a tradição imposta nos primeiros tempos de ‘vida’ deste
estabelecimento, os momentos de divulgação cultural continuam a ser uma
prioridade. “Tivemos durante algum tempo sessões de jazz no café. Agora temos
noites de fado. É uma forma de divulgar a nossa cultura”, explica o gerente.
“Faço
a paz, sustento a guerra,
Agrado
a doutos e a rudes,
Gero
vícios e virtudes,
Torço
as leis, domino a Terra”.
Ainda
hoje, Bocage é visto pelo meio popular como ‘o homem das anedotas’. No entanto,
parte do seu anedotário é-lhe erradamente atribuído. Uma coisa é certa – tinha
sempre uma resposta na ponta da língua: quer para os que adorava, quer para os
que odiava. Podia ter sempre uma palavra mordaz para dirigir a alguém, mas
também sabia quando declamar os mais doces versos. E muitos terão sido escritos
depois de alguns copos e encontros inesperados no Nicola.
Retirada de: https://ionline.sapo.pt/509283
Retirada de: https://ionline.sapo.pt/509283
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